A falta de ar no pronto-socorro é uma queixa comum. Pode ser a apresentação de vários acometimentos graves e a tomada de ação precisa ser célere. Segundo a American Thoracic Society, a dispneia pode ser definida como a “experiência subjetiva de desconforto respiratório que consiste de sensações qualitativamente distintas, variáveis em sua intensidade. A experiência deriva de interações entre múltiplos fatores fisiológicos, psicológicos, sociais e ambientais, podendo induzir respostas comportamentais e fisiológicas secundárias”.
A sensação de dispneia, de falta de ar está relacionada ao sistema sensorial envolvido com a respiração, o processamento dessa informação nos centros nervosos superiores influenciado por cognição e comportamento. O sistema respiratório busca manter a homeostase da troca de gases e do equilíbrio ácido-base. Uma variedade de receptores nas vias aéreas superiores, pulmões, parede torácica, seio carotídeo e bulbo podem ser estimulados contribuindo com a sensação de falta de ar.
A dispneia aguda apresenta desafios no diagnóstico e no tratamento. Por exemplo, o paciente pode necessitar de suporte agudo ventilatório sem que se saiba exatamente o que o paciente tem. O foco primário nessa hora é a via aérea, respiração e circulação do paciente.
Aumenta o risco de parada respiratória o paciente que apresenta:
Logicamente, alguns desses fatores podem ser crônicos e explicados por outras razões. Mas se não for algo claramente explicável e esses fatores estiverem presentes em conjunto deve-se suspeitar do alto risco para o paciente e levá-lo a sala de emergência para monitoramento e avaliação para conduta emergencial.
Na medida do possível, o diagnóstico diferencial é trabalhado. As principais causas de importância no pronto-socorro de dispneia aguda incluem o sistema cardiovascular, respiratório e outras causas. Esse diagnóstico diferencial inclui condições com necessidade de tratamento emergencial, como:
Raramente a falta de ar será um achado isolado. Em geral, haverá comemorativos que vão ajudar o emergencista a entender a etiologia da falta de ar e propiciar o melhor tratamento. O emergencista deve buscar a melhor informação junto ao paciente e seus familiares, realizar o exame físico necessário para dirigir quais exames são necessários e realizar a tomada de decisão em tempo hábil.
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